terça-feira, 29 de julho de 2014

Como se tornar um mago em três lições e muitas tentativas

Não sabia quanto tempo havia dormido. Lembrava que deitara na relva pouco depois do anoitecer e ficou a observar as estrelas até que os olhos do elfo se fecharam de puro cansaço. Era estranho pensar nos olhos pelos quais enxergava como sendo os olhos de outra pessoa, mas não havia outro jeito de explicar aquela sensação. Não era um sentimento desconfortável, entretanto. O compartilhamento da existência com Bullit o tornava menos solitário, apesar da dificuldade de compreender plenamente o significado da experiência proporcionada pelo jogo.
“Dá para você parar de pensar”? Falou o elfo de repente. “Eu ainda não acabei de dormir”.
- Como posso parar de pensar? Nunca fiz isso.
“Experimente olhar as estrelas”.
- Já tô fazendo isso.
“Tente de novo. Olhe para as estrelas, escolha uma e tente aproximar-se dela”.


- Como?
“Abra sua mente e relaxe”.
Para Michel era difícil saber se o elfo estava falando sério ou apenas troçando dele. Na verdade já se sentia suficientemente tolo ao dialogar com um programa de computador, embora seja verdade que aquela simulação aproximava-se da perfeição no que se referia à estimulação dos sentidos. Apesar disso, tentou seguir a sugestão de Bullit. Fitou novamente as estrelas e escolheu uma ao acaso, a que lhe parecia mais próxima. Olhou fixamente para ela e tentou não pensar em nada, mesmo sabendo que aquilo não ia funcionar. Sentia-se demasiado tenso para relaxar.
“Você ainda acha que está dentro de um jogo. Eu lhe digo que isso é um erro. O que você percebe é real. Mas se ainda quer voltar ao mundo de onde veio, deve cumprir sua jornada em Az’hur. Agora limpe sua mente de todas as dúvidas e se concentre nas estrelas”.
Bullit falava como se ele tivesse uma missão a cumprir. Aquilo era ridículo, mas ele não tinha uma alternativa melhor do que seguir a orientação do elfo. Assim, tentou de novo, e de novo, até que fechou os olhos. Estava completamente exausto. Quando aconteceu, ele pensou que estivesse sonhando. Sentia que estava flutuando e a estrela parecia mais próxima. Não no sentido literal, mas o tipo de aproximação que se consegue através de uma luneta. Ele concentrou-se na visão e a estrela se tornou ainda mais próxima. Já conseguia ver as explosões de gases e os jatos de plasma e energia que se projetavam para o espaço. Era um espetáculo belo e terrível, encenado pelas forças titânicas que se digladiavam no interior do astro. Entretanto, para Michel, aquela violência cósmica lhe trazia uma serenidade que há muito não sentia, ao perceber a insignificância de sua própria existência diante daquela exibição de poder e grandeza. Esse foi o último pensamento consciente, antes que sua mente se esgueirasse paro o abismo acolhedor do sono sem sonhos.
O romper da aurora ainda não havia se completado quando o elfo o chamou.
“Acorde garoto”.
- O que foi? – Perguntou Michel sonolento.
“Só queria ver se você ainda está aqui. Acho que senti sua falta”.
- Pensei que eu incomodasse você.
“Bem... Estamos juntos numa situação bem esquisita”.
- Sim. No começo até achei esse jogo interessante, mas acho que não tem mais graça estar no corpo de um elfo, muito menos junto com ele.
Bullit silenciou e Michel teve receio de tê-lo ofendido de alguma maneira. Aquele lugar não parecia ser regido pelas mesmas regras do seu próprio mundo. Pelo menos sabia que o elfo considerava a situação tão estranha quanto ele.
- Você não tem um modo de separar a gente? Um encanto ou um feitiço?
“Conheço várias maneiras. Em todas elas você não iria achar o resultado muito confortável”.
- O que fazemos então?
“Vamos esperar. Quando uma situação anômala acontece, a tendência é que a própria natureza encontre um jeito de voltar ao equilíbrio”.
- Acho que a natureza não tem muito a ver com essa situação.
“Não me referia à natureza do seu mundo. Aqui a magia faz parte da natureza e segue certas regras que se assemelham ao que você conhece daquilo que chama de física”.
- Gostaria que houvesse magia também no meu mundo, e que eu soubesse como usar. Isso ia me livrar de muitos apuros. – Disse Michel, pensando em como seria se pudesse usar a magia para lidar com os valentões da escola.
O elfo captou seu pensamento e o sofrimento implícito. O garoto parecia ele próprio, quando se encontrava em Antária. Mesmo fazendo parte da Ordem dos Magos Celestiais, nunca fora realmente aceito como um deles. Isso sempre lhe dera a sensação de não pertencer a lugar nenhum, por ser o último de sua espécie no mundo de Az’Hur.
“Há magia em todo lugar e que se manifesta de modo diferente em cada realidade. Para usar a magia no seu mundo, você tem primeiro que aprender a senti-la e se comunicar com os guardiões. Só depois desse aprendizado, e muito treino, você será capaz de interagir com as forças místicas e se tornar uma criatura de poder”.
- Guardiões?
“Para cada tipo de magia existe um guardião. Você só poderá usar a magia se o guardião dela assim o permitir”.
- Que guardiões são esses?
“São entidades muito antigas. Creio que no seu mundo você chamaria de espíritos. Seres que já existiram no seu plano de existência e se elevaram após um longo ciclo de renascimento e morte”.
- Puxa! Queria saber como fazer isso. Isto é, gostaria de poder sentir a magia e me comunicar com esses tais espíritos que você fala.
“Você pode tentar sentir a magia. Isso pode ser conseguido com algum treino, mas nada conseguirá sem a aprovação de algum guardião. Ele o escolherá se perceber em você algo que valha a pena. Só depois disso lhe será permitido aprender a utilizar a energia mística de cada tipo de magia”.
- Você pode me ensinar? O que eu faço primeiro?
“Comece respeitando a magia. Não fique agindo como um bobalhão, como agora”.
- Como assim? Eu não fiz nada.
“São seus motivos que o tornam um bobalhão. Você não deve querer aprender magia para usá-la para fins mesquinhos. Os guardiões não permitiriam e seria perigoso irritá-los”.
- Entendi. Mas o que eu faço para ter a aprovação dos guardiões?
“Para começar, você deve parar de falar. Continua esquecendo que posso perceber o que pensa, assim como você percebe o meu pensamento. Pelo menos aquilo que eu permito que você perceba. Depois disso, você deve querer o conhecimento e não o poder. Poder sem conhecimento não é um caminho seguro e não faz de você uma criatura digna da atenção dos guardiões”.
O garoto percebia que Bullit o estava testando, mas não compreendia plenamente o que ele queria dizer. O elfo acenava com a possibilidade de inicia-lo nos mistérios das artes místicas, mas ao mesmo tempo questionava seus motivos. De que adiantava o poder advindo da magia, se não poderia usá-lo para livrar-se daquilo que o atormentava? Haveria dentro dele coisas que só Bullit percebia e que o tornava desmerecedor do conhecimento que poderia adquirir dos seres que detinham o controle das energias místicas? De repente sentiu novamente o pesar de ser rejeitado previamente, sem que tivesse a chance de compreender as razões disso. Ele levaria ainda algum tempo para perceber que lhe tinha sido concedido a
oportunidade de rever seus motivos para almejar o conhecimento da magia. O poder não era algo que se poderia exercer sem que se dispusesse a livrar-se das paixões mundanas e as consequências do seu uso por motivos frívolos.
“Bullit”?
“Estou aqui, garoto”.
“Quantos guardiões existem”?
“Não sei dizer. Para cada tipo de magia existe pelo menos um guardião. Também não se sabe quantos tipos de magia podem existir, já que as forças místicas não são estáticas e mudam a todo o momento sua natureza. Eu conheço a magia ligada aos quatro elementos: terra, fogo, água e ar. Além disso, conheço alguns encantos arcanos, de transmutação e tele cinese. Dominar uma magia requer muito tempo de estudo e prática, além da boa vontade do guardião em transmitir seu conhecimento”.
“Isso parece complicado”.
“Só é complicado quando você tenta pensar a respeito. A magia deve ser compreendida pelo coração. Se você usa o coração para lidar com a magia, saberá o que fazer e o que não deve fazer. Eu prefiro pensar que há uma energia mística universal, igual em toda parte, e que muda de acordo com o guardião que faz uso dela”.
“Os guardiões não são iguais, então”?
“Não. Alguns são brincalhões e adoram pregar peças. Outros gostam de jogar com o destino dos homens e costumam provocar grandes catástrofes quando julgam que sejam necessárias”.
“Esses são maus”?
“Não são nem uma coisa nem outra. O bem e o mal não existem para eles, pois esses conceitos pertencem ao mundo dos homens. Por isso eles podem ser muito perigosos, já que não se importam com as consequências de seus atos no plano em que existimos”.
O elfo colocava questões complexas para um menino entender. Entretanto, Michel não parecia um garoto comum e Bullit percebia isso. Aprender a lidar com a magia requeria uma forma especial de pensar, capaz de compreender coisas que estavam além do raciocínio baseado apenas na percepção daquilo que havia no seu próprio plano existencial. Era necessário perceber aquilo que os outros não viam e nem sentiam, mas ele se saíra bem no primeiro teste. Não era para qualquer um alcançar uma estrela.
O garoto ficou um longo tempo recolhido ao seu próprio canto da mente. Tanto tempo que o elfo pensou que ele havia desistido da magia, mas nada podia fazer para mudar isso. A decisão de continuar cabia somente a ele e deveria se basear apenas em sua própria vontade, sem interferência de ninguém.
“Bullit”?
“Ainda está aí, garoto”?
“Para onde eu poderia ter ido”?
O moleque era atrevido. Isso era bom, pois os guardiões não costumavam respeitar aqueles que se encolhiam no próprio medo.
“O que você quer”?
“Quero conhecer um guardião. Qualquer um”.
“Qualquer um”?
“Sim. Se a energia mística é a mesma em qualquer lugar, tanto faz o guardião com quem farei contato, não é”?
“Você está certo e errado ao mesmo tempo. Não se pode escolher o guardião. Apenas esperar que um o aceite. Contudo, alguns guardiões são perigosos e são atraídos por pensamentos errados”.
“Se não posso escolher um guardião, como vou evitar um que seja perigoso”?
“Já respondi garoto. Tome cuidado com os pensamentos errados”.
“Está bem. Já entendi. Podemos invocar um guardião agora”?
“Não podemos invocar um guardião. Apenas podemos expandir nossas mentes para atingir um plano existencial onde podemos encontra-los e esperar que algum nos faça contato”.
O garoto estava impaciente e não apreendeu totalmente o significado da última sequência de pensamento do elfo, mas entendeu que deveria repetir o processo que usou para “aproximar-se” das estrelas. Entretanto, da primeira vez o foco era a estrela escolhida. Desta vez não sabia no que se concentrar para expandir sua percepção.
“Sinta e energia mística. Ela está ao nosso redor, em toda parte”. Disse Bullit.
Aquilo era um tanto vago, mas Michel já tinha percebido que o elfo se divertia e decidiu não lhe dar essa satisfação. Já tinha entendido que sua mente se expandia quando conseguia baixar o seu nível de atividade cerebral. Era como se regulasse o cérebro para funcionar em baixa frequência, num estado semelhante ao sono profundo. Dessa forma, a mente consciente cedia lugar para o subconsciente, que lidava melhor com situações que escapavam do controle do pensamento lógico. Na falta de um foco para direcionar seu pensamento, decidiu que ele mesmo era o ponto de foco e deixou sua mente vagar, percorrendo toda a extensão do corpo do elfo. Esforçou-se para perceber a textura do solo onde estava e o ar que envolvia sua pele. Tentou perceber qualquer nuance em suas sensações. Nada além de um formigamento nas pernas, assim que sentiu as câimbras em razão da posição de índio sentado que adotara. Aquilo não era jeito de entrar em transe, pensou, enquanto tinha a sensação de “ouvir” uma gargalhada telepática. O elfo ainda estava se divertindo, mas ele não fez caso disso.
Desta feita deitou-se de costas e procurou ficar o mais confortável possível. Repetiu o mesmo roteiro percorrido anteriormente e esforçou-se para aquietar seu espírito. Não saberia dizer quanto tempo levou para chegar ao estado em que o subconsciente assumiu, pois isso ainda seria uma atribuição da mente desperta. Entretanto, houve um momento em que sentiu que já não havia contato com o solo. Parecia flutuar num vazio escuro quando se sentiu tocado por uma leve pressão no peito e um forte zumbido no ouvido. A sensação aumentou e, junto com ela, surgiram luzes multicoloridas ao seu redor, que se aproximavam alternadamente e o tocavam, como se o estivessem examinando. De repente, a sensação era de uma queda vertiginosa e ele agitou os braços desesperadamente, procurando agarrar-se em algo que pudesse segurá-lo. Contudo, aquele desamparo desconfortável logo cedeu à outra sensação. Já não tinha medo e flutuava novamente.
As luzes se afastaram, mas ele não se sentia mergulhado naquela escuridão opressiva. Conseguia ver a linha curva do horizonte, mas não reconheceu o lugar onde estava. Já não parecia o mundo de Az’Hur. Olhou para suas mãos e viu que não eram mais as mãos do elfo. Eram as suas próprias mãos e isso o deixou feliz. Era bom se ter de volta. De repente uma das luzes voltou a se aproximar dele. Era uma bola de luz azul e alternava a intensidade de seu brilho como se tentasse estabelecer um contato.
O garoto esforçou-se para se comunicar, mas tudo que lhe vinha à mente eram as lembranças recentes que trazia do seu próprio mundo. Com essas lembranças vinham também o medo constante das agressões que ele sofria, das humilhações e a frustração de pouco poder fazer para defender-se, além das tentativas de evitar encontros com os baderneiros da escola sem a proteção de Gabriela. Isso era algo que também o incomodava, embora pudesse reconhecer nas atitudes protetoras dela uma manifestação de carinhosa amizade.
O que ele não percebia com clareza eram os sentimentos de raiva e ódio que pairavam sobre essas lembranças. Sentimentos esses mal contidos pelo medo, que se extravasavam em vinganças imaginárias ou reais cuidadosamente planejadas, como a que levou seu principal algoz à humilhação de esvaziar seu intestino em público. Mas ele queria mais. Queria poder punir com rigor pessoas como Jorjão, que sentiam prazer em espezinhar e humilhar os que lhe eram fisicamente mais fracos. Havia nesse pensamento não só um desejo de justiça e reparação pelos ultrajes sofridos, mas de redenção para aqueles viviam sob algum tipo de opressão.
Ainda não havia conseguido livrar-se dessas lembranças tristes e dolorosas, quando percebeu que a luz que estava próxima dele havia alterado sua cor de azul para um vermelho de brilho intenso e o envolveu numa aura de hostilidade e pesar que parecia sufocá-lo. A luz não queria feri-lo, entretanto. Parecia apenas querer testá-lo de algum modo que não compreendia o que se esperava dele. Precisava de Bullit, mas tinha a sensação de que o elfo o havia abandonado e isso o deixou consternado. Definitivamente não era bom estar sozinho numa situação daquelas, mas procurou controlar-se e tentar lembrar as últimas palavras dele sobre os guardiões. Sabia não que estava mais em Az’Hur. Então havia conseguido atingir o plano de existência dos guardiões. Então aquelas luzes poderiam ser os guardiões. Essa conclusão o decepcionou um pouco. Imaginava os guardiões como veneráveis velhinhos de barba branca, mas não havia nada que indicasse que espíritos teriam formas humanas e ele deveria esperar por isso.
Por outro lado, aquelas bolas de energia pareciam ser apenas algum tipo de sonda. Afinal, elas agiam com se o estivessem analisando. Contudo, esse comportamento também poderia ser atribuído aos próprios guardiões. Michel ficou confuso e começou a desejar que Bullit estivesse ali, principalmente porque voltou a ser envolvido por uma luz intensa. Novamente as lembranças dos últimos dias no seu mundo voltaram a assombrá-lo com sentimentos que variavam do ódio à dor da humilhação sofrida nas mãos da gangue de arruaceiros na escola. Era quase impossível não pensar em algum tipo de promessa de vingança.
A luz se tornou ainda mais intensa e parecia tornar-se quase sólida, como se quisesse invadi-lo. Ele sentia uma dor que não se manifestava fisicamente. Parecia mais com uma tristeza imensa, difícil de definir. Era como se sua alma estivesse gritando. Em agonia, tentou concentrar-se nas palavras do elfo. Era preciso afastar aqueles sentimentos e os pensamentos de ódio e vingança. Como fazer isso, se aquela luz intensa parecia estimulá-lo nessa direção? Tinha que se apegar a algo que lhe despertasse sentimentos opostos e a resposta para isso veio na lembrança de Gabriela, a lhe sorrir daquele jeito tão especial. A luz se aquietou e perdeu intensidade, mas ainda continuava irradiando o brilho vermelho.
De repente a mão do elfo o puxou para fora da luz e eles caíram vertiginosamente. Quando a queda foi subitamente detida, eles estavam novamente no mundo de Az’Hur e voltaram a ser um só.
“O que aconteceu”? Perguntou Michel ainda atordoado, ao perceber que tinha voltado ao corpo do elfo.
“Eu disse que você deveria ter cuidado com seus motivos, mas você não me deu atenção e atraiu o pior tipo de guardião”.
“Mas eu não fiz nada. De repente estava lembrando coisas que queria esquecer. Não entendo como isso aconteceu”.
“Foi o guardião. Ele percebeu suas fraquezas e as fez voltar-se contra você. Mas foi você que o atraiu, entendeu”?
“Acho que sim”.
“Você poderia ter morrido, se eu não o tivesse resgatado a tempo. Se quer que os guardiões o ensinem você tem que superar o medo e o ódio. Esses sentimentos nunca atraem coisas boas”.
“Que tipo de guardião veio até mim”?
“Um do tipo que adora pregar peças”.
“Então ele queria só se divertir à minha custa? Cara, a vida toda eu tento fugir desse tipo de gente.”
“Para começar ele não é nenhum tipo de gente. Pelo menos não do tipo que você poderia reconhecer como um tipo de gente”.
“Isso está ficando confuso. Então o que ele é”?
“Eu já lhe disse. É uma entidade mística, que no seu mundo poderia ser um espírito. Ele o estava testando, para saber o quanto de ódio você poderia sentir, para que pudesse usá-lo contra você. Para ele era apenas uma brincadeira, mas isso poderia tê-lo matado”.
Isso seria possível? Pensava Michel enquanto ouvia as explicações de Bullit. Aquilo era um monte de besteiras. Afinal, como um jogo poderia afetá-lo na vida real? Isso era impossível. Ou não seria? Até aquele momento, a interatividade do jogo permitia uma imersão que ele jamais havia experimentado. Tudo era assustadoramente real.

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